A campanha eleitoral devia ser uma apresentação, séria e esclarecedora, à comunidade de uma proposta de governo elaborada por um determinado grupo: propostas concretas, plano para as concretizar e equipa que se propõe levar por diante essa missão.
Depois de esclarecida de todas as propostas de governo, a comunidade fará, então, a sua escolha, no dia das eleições.
Ao contrário, as campanhas eleitorais, em especial estas que decorrem para as autarquias locais, são tudo menos o que deviam ser. São ridículas.
Todo o esquema montado, a dita "máquina de campanha" é incompreensível e perverte o verdadeiro sentido de um esclarecimento das pessoas para uma escolha eleitoral.
A pedincha do voto quase pessoa a pessoa é degradante. A pantominice das chamadas "arruadas" com bombos, concertinas e afins, bem como os chamados "comícios" embrulhados com concertos musicais são da mais baixa parolice que já vi. Mais parecem um circo sem-sentido, degradante e repudiante.
Depois dos resultados, os vencedores festejam, saltam, cantam, bebem, comemoram... Mas porquê? O que ganharam? Saiu-lhes o euromilhões? Pelas celebrações mais que esfuziantes, parece que ganharam muito a título pessoal.. Se o que parece, é, muito mal vamos.. Mas realmente, ao que tudo indica, andamos por esses caminhos e andamos muito mal na sociedade portuguesa. Quem é eleito para governar um município é como que lhe tenha saído o euromilhões!...
Quando, na verdade, depois de uma eleição ninguém ganhou nem ninguém perdeu. Apenas uma equipa e um projecto foram escolhidos para governar a comunidade naquele espaço de tempo de 4 anos. Em vez de festejarem como loucos, devem, sim, sentir o peso da responsabilidade que agora recai sobre eles.
Porventura, em vez de alegria, deverão sentir alguma tristeza por terem um fardo tão pesado pela frente: corresponderem às expectativas que neles a comunidade depositou e governarem a coisa pública de forma equilibrada e equitativa, procurando sempre o bem de todos, o que nem sempre poderá ser conseguido.