domingo, 10 de março de 2024

DIA DE ELEIÇÕES

Em dia de eleições legislativas, estranho a abstenção estar em níveis acima dos verificados em actos eleitorais anteriores. 

Estranho porque o leque de partidos e de políticos que se apresentam a sufrágio é muito fraco. E devia afastar as pessoas de votar ou, então, votarem em branco, já que nenhum serve..

É certo que há décadas que não temos primeiros ministros dignos do cargo. Houve candidatos com perfil mas não venceram. 

Há sempre a esperança de surgir alguém com perfil e que vença as eleições.

Não será o caso, ainda desta vez, porque nenhum candidato tem perfil.

Pior que isso, constacto que nenhum candidato se apresenta com a clarividência da defesa pura e intransigente do interesse público.

Os interesses são sempre outros. São interesses privados: dos próprios candidatos, dos partidos políticos e de grupos económicos que os apoiam financeiramente para depois obter dividendos.

Infelizmente, chegamos a um ponto de até os cargos políticos serem negociados e desempenhados não por quem tem competência para tal mas sim por quem tem capacidade para pagar pelo cargo, ou alguém que pague por ele.

Os candidatos a deputados são indicados pelos partidos em função do "poder económico" de cada um, isto é, em função da capacidade para "atrair investimento" no partido, por parte de quem tem capacidade financeira.

Claro que quem "investe" no partido, depois quer retorno...

Perante a inesperada e absurda maioria absoluta das recentes eleições legislativas de 2022, não me atrevo a prever um vencedor.

No entanto, uma convicção tenho: a direita (a que chamam extrema direita), vai, com certeza, subir bastante a votação, dada a insatisfação de muitos milhares de portugueses com os comportamentos dos políticos, muitos envolvidos em alta corrupção, as opções tomadas em termos de imigração, apoios sociais a quem não quer trabalhar, a idiotice da "nova" identidade de género, etc. etc.

Veremos o que sucede. Mas a preocupação é grande.

O interesse público vai continuar a ser trucidado. 

O nosso país vai continuar a definhar às mãos dos eleitos pelo povo.






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