O PSD perdeu estas eleições por culpa de Ferreira Leite mas também e principalmente pelos candidatos a deputados nos diversos círculos eleitorais. Estes indivíduos estão quase todos desprovidos da mais elementar credibilidade: alguns velhos, do tempo do cavaquismo, narcísicos, armados em salvadores da pátria, pensando que a história é cíclica e que são insubstituíveis. Sendo, na verdade, este o modo de pensar da maior mediocridade e pequenez intelectual.
Outros são demasiados jovens e tremendamente marcados com o ónus e o estigma do nepotismo que também não esconde a falta de qualidades humanas, conhecimentos e profícua experiência de vida.
Outros têm a teia da corrupção a pairar sobre si mesmos - qual sombra que os abriga e persegue como um fantasma bem real e que os veste da cabeça aos pés com um imundo traje do qual jamais se libertarão.
Outros sobrevivem à custa de compadrios, recebem e pagam favores numa dialéctica perversa, iníqua e aniquilante da mais elementar dignidade humana.
Criou-se um clima de suspeição e de desprezo pela missão de deputado. Em vez de ser uma nobre missão de serviço à nação, de serviço público por excelência, tornou-se uma desprestigiante e execrável profissão exercida por sanguessugas que para lá chegarem tiveram pais ou padrinhos da mesma laia. Depois de eleitos, passam a receber um bom vencimento com várias ajudas de custo sem sequer ter de comparecer à assembleia da república, exercendo as suas mais ou menos míseras profissões e pavoneando-se pelas suas vilas e aldeias com tal descaramento que envergonha o mais elementar bom-senso.
É certo que isto se passa em todos os partidos.
Mas também é certo que os maiores e mais antigos têm os maus vícios muito mais enraizados, como são o caso do PSD e PS.
Assim se explica a grande subida dos 3 partidos mais pequenos com representação parlamentar, CDS, BE e CDU.
Na verdade, como a maioria dos eleitos nestes partidos serão deputados pela 1ª vez, digamos que têm uma oportunidade para representarem os seus eleitores com alguma dignidade, princípio que anda arredado da assembleia da república há décadas, em especial nos grandes partidos.
Pena é que, mesmo assim, muitos dos medíocres e até hediondos candidatos tenham sido eleitos..
O país continuará mais ou menos na mesma.. subjugado aos interesses de quem manda efectivamente nos partidos, o poder económico e vestido pelo traje-teia da corrupção, das cunhas e dos favores.
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segunda-feira, 28 de setembro de 2009
sexta-feira, 25 de setembro de 2009
ELEIÇÕES LEGISLATIVAS
A campanha eleitoral para estas eleições legislativas ficou marcada pela notícia de que Cavaco Silva teria demitido Fernando Lima, assessor do Presidente da República.
Ora, essa tomada decisão e a propalação da notícia, em plena campanha eleitoral não é de modo algum inocente por parte de Cavaco Silva. Trata-se de um afastamento de Fernando Lima das relações externas da presidência, obviamente por causa do caso das escutas. No entanto, hoje já circula a informação que Cavaco mantém a confiança em Lima e que este continua a trabalhar em Belém, embora noutra função.
Obviamente que Cavaco congeminou tudo ao pormenor: criar o abalo que pretendia na campanha e no PSD, sem abalar a solidez da estrutura da Presidência da República.
O abalo que Cavaco quis e, até ver, parece ter conseguido, a acreditar nas sondagens, é fazer com que o PSD perca as eleições e os PS as vença por pequena margem, sem maioria absoluta. Porque quererá Cavaco que a sua amiga de longa data e antiga ministra perca estas eleições? Pelo simples facto de que, se as ganhasse, nunca seria por maioria absoluta e, portanto, ver-se-ia obrigado a coligar-se com o CDS de Paulo Portas de má memória e abjecto para Cavaco. O que, dada a postura de Portas e a sua péssima relação com Manuela e Cavaco, possivelmente levaria o Presidente a ter de dissolver a assembleia e demitir o governo dentro de um a dois anos.
Então, naturalmente surgiria o PS com total força para ganhar as eleições com maioria absoluta e dar estabilidade ao governo.
Assim, se o PSD perder as eleições tudo se passará ao contrário: o PS vence sem maioria, terá de coligar-se com Bloco de Esquerda ou não fazer qualquer coligação e tentar governar sem maioria. Aguentará um ano, no máximo dois, porque a situação tornar-se-á ingovernável.
Nessa conjuntura, surgirá o PSD, com Manuela Ferreira Leite como a salvadora da Pátria, com o seu discurso de falar verdade que já defendera em 2009 e que o tempo lhe veio a dar razão. Vencerá as eleições com maioria absoluta e governará tranquilamente durante o 2º mandado do Presidente tendo, finalmente, o PSD alcançado o cenário tão desejado por Sá Carneiro: "Um governo, uma maioria e um Presidente".
Ora, essa tomada decisão e a propalação da notícia, em plena campanha eleitoral não é de modo algum inocente por parte de Cavaco Silva. Trata-se de um afastamento de Fernando Lima das relações externas da presidência, obviamente por causa do caso das escutas. No entanto, hoje já circula a informação que Cavaco mantém a confiança em Lima e que este continua a trabalhar em Belém, embora noutra função.
Obviamente que Cavaco congeminou tudo ao pormenor: criar o abalo que pretendia na campanha e no PSD, sem abalar a solidez da estrutura da Presidência da República.
O abalo que Cavaco quis e, até ver, parece ter conseguido, a acreditar nas sondagens, é fazer com que o PSD perca as eleições e os PS as vença por pequena margem, sem maioria absoluta. Porque quererá Cavaco que a sua amiga de longa data e antiga ministra perca estas eleições? Pelo simples facto de que, se as ganhasse, nunca seria por maioria absoluta e, portanto, ver-se-ia obrigado a coligar-se com o CDS de Paulo Portas de má memória e abjecto para Cavaco. O que, dada a postura de Portas e a sua péssima relação com Manuela e Cavaco, possivelmente levaria o Presidente a ter de dissolver a assembleia e demitir o governo dentro de um a dois anos.
Então, naturalmente surgiria o PS com total força para ganhar as eleições com maioria absoluta e dar estabilidade ao governo.
Assim, se o PSD perder as eleições tudo se passará ao contrário: o PS vence sem maioria, terá de coligar-se com Bloco de Esquerda ou não fazer qualquer coligação e tentar governar sem maioria. Aguentará um ano, no máximo dois, porque a situação tornar-se-á ingovernável.
Nessa conjuntura, surgirá o PSD, com Manuela Ferreira Leite como a salvadora da Pátria, com o seu discurso de falar verdade que já defendera em 2009 e que o tempo lhe veio a dar razão. Vencerá as eleições com maioria absoluta e governará tranquilamente durante o 2º mandado do Presidente tendo, finalmente, o PSD alcançado o cenário tão desejado por Sá Carneiro: "Um governo, uma maioria e um Presidente".
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