O Presidente da República perdeu a noção da dignidade do cargo. Este discurso é o corolário de uma atitude que vinha esboçando com um ou outro discurso à Nação. Para quê contar as verdades quando se zangam as comadres? Para quê fazer queixinhas aos portugueses das atitudes do governo e, ainda por cima, dois dias depois de ser reeleito? Os portugueses não querem saber da chincalhada entre políticos, entre órgãos de soberania. Querem é que eles cumpram a função para a qual foram eleitos. E a função do Presidente não é de certeza brincar às escutas e aos emails, descendo ao nível dos meninos da escola a fazer queixas dos outros.
Se houve problemas como provavelmente houve, o Presidente tem de os resolver e está mandatado para isso. Não é ele o mais alto magistrado a Nação? Não pode ele repreender o governo em privado, tentando corrigir as coisas e, se não conseguir, demiti-lo?
Então que não brinque com o cargo porque os portugueses não gostam disso e começam a ter saudades da monarquia.
quarta-feira, 30 de setembro de 2009
segunda-feira, 28 de setembro de 2009
LEGISLATIVAS 2009 - RESCALDO
O PSD perdeu estas eleições por culpa de Ferreira Leite mas também e principalmente pelos candidatos a deputados nos diversos círculos eleitorais. Estes indivíduos estão quase todos desprovidos da mais elementar credibilidade: alguns velhos, do tempo do cavaquismo, narcísicos, armados em salvadores da pátria, pensando que a história é cíclica e que são insubstituíveis. Sendo, na verdade, este o modo de pensar da maior mediocridade e pequenez intelectual.
Outros são demasiados jovens e tremendamente marcados com o ónus e o estigma do nepotismo que também não esconde a falta de qualidades humanas, conhecimentos e profícua experiência de vida.
Outros têm a teia da corrupção a pairar sobre si mesmos - qual sombra que os abriga e persegue como um fantasma bem real e que os veste da cabeça aos pés com um imundo traje do qual jamais se libertarão.
Outros sobrevivem à custa de compadrios, recebem e pagam favores numa dialéctica perversa, iníqua e aniquilante da mais elementar dignidade humana.
Criou-se um clima de suspeição e de desprezo pela missão de deputado. Em vez de ser uma nobre missão de serviço à nação, de serviço público por excelência, tornou-se uma desprestigiante e execrável profissão exercida por sanguessugas que para lá chegarem tiveram pais ou padrinhos da mesma laia. Depois de eleitos, passam a receber um bom vencimento com várias ajudas de custo sem sequer ter de comparecer à assembleia da república, exercendo as suas mais ou menos míseras profissões e pavoneando-se pelas suas vilas e aldeias com tal descaramento que envergonha o mais elementar bom-senso.
É certo que isto se passa em todos os partidos.
Mas também é certo que os maiores e mais antigos têm os maus vícios muito mais enraizados, como são o caso do PSD e PS.
Assim se explica a grande subida dos 3 partidos mais pequenos com representação parlamentar, CDS, BE e CDU.
Na verdade, como a maioria dos eleitos nestes partidos serão deputados pela 1ª vez, digamos que têm uma oportunidade para representarem os seus eleitores com alguma dignidade, princípio que anda arredado da assembleia da república há décadas, em especial nos grandes partidos.
Pena é que, mesmo assim, muitos dos medíocres e até hediondos candidatos tenham sido eleitos..
O país continuará mais ou menos na mesma.. subjugado aos interesses de quem manda efectivamente nos partidos, o poder económico e vestido pelo traje-teia da corrupção, das cunhas e dos favores.
Outros são demasiados jovens e tremendamente marcados com o ónus e o estigma do nepotismo que também não esconde a falta de qualidades humanas, conhecimentos e profícua experiência de vida.
Outros têm a teia da corrupção a pairar sobre si mesmos - qual sombra que os abriga e persegue como um fantasma bem real e que os veste da cabeça aos pés com um imundo traje do qual jamais se libertarão.
Outros sobrevivem à custa de compadrios, recebem e pagam favores numa dialéctica perversa, iníqua e aniquilante da mais elementar dignidade humana.
Criou-se um clima de suspeição e de desprezo pela missão de deputado. Em vez de ser uma nobre missão de serviço à nação, de serviço público por excelência, tornou-se uma desprestigiante e execrável profissão exercida por sanguessugas que para lá chegarem tiveram pais ou padrinhos da mesma laia. Depois de eleitos, passam a receber um bom vencimento com várias ajudas de custo sem sequer ter de comparecer à assembleia da república, exercendo as suas mais ou menos míseras profissões e pavoneando-se pelas suas vilas e aldeias com tal descaramento que envergonha o mais elementar bom-senso.
É certo que isto se passa em todos os partidos.
Mas também é certo que os maiores e mais antigos têm os maus vícios muito mais enraizados, como são o caso do PSD e PS.
Assim se explica a grande subida dos 3 partidos mais pequenos com representação parlamentar, CDS, BE e CDU.
Na verdade, como a maioria dos eleitos nestes partidos serão deputados pela 1ª vez, digamos que têm uma oportunidade para representarem os seus eleitores com alguma dignidade, princípio que anda arredado da assembleia da república há décadas, em especial nos grandes partidos.
Pena é que, mesmo assim, muitos dos medíocres e até hediondos candidatos tenham sido eleitos..
O país continuará mais ou menos na mesma.. subjugado aos interesses de quem manda efectivamente nos partidos, o poder económico e vestido pelo traje-teia da corrupção, das cunhas e dos favores.
sábado, 26 de setembro de 2009
DEMOCRACIA REPRESENTATIVA
O actual sistema partidário da Democracia representativa está completamente pervertido e consequentemente falhado. A Democracia actual não representa quem de facto devia representar, os cidadãos, isto é os membros da comunidade que seria governada por indivíduos saídos desse leque de representantes.
A Democracia actual representa, sim, os interesses económicos de grupos poderosos que ganham forma humana nos militantes dos partidos que surgem disfarçadamente como candidatos representantes das pessoas. Embora mesmo o disfarce já quase tenha desaparecido. São candidatos a deputados no partido 'a' ou 'b' por algum distrito porque a ingénua e obsoleta lei a isso obriga!
Nada importa quem são os representados, os seus problemas, as suas angústias e esperanças. Nada importa a qualidade e a elevação dos representantes desde que se satisfaça a vontade daqueles que mais mau poder detém - poder da corrupção, influências, dinheiro -, de modo a não "darem com a língua nos dentes" para não expor os podres de quem está acima na decisão e assim sucessivamente até ao chefe do partido.
O que verdadeiramente interessa é ter mais deputados que o opositor directo para tomar o poder e assim bajular com total subserviência e nojo, sem escrúpulos e sem a mínima noção do dever e da honra, os interesses das grandes empresas e seus tubarões para estes alcançarem lucros ignominiosos e desta forma granjearem créditos para quando deixarem a política conseguirem um lugar.
A maior parte dos miseráveis militantes dos partidos são-no na esperança de alcançarem um tacho cada vez mais elevado de modo a assegurar-lhes a sobrevivência porque de facto nada sabem fazer na vida, ou se sabem, são muito mal sucedidos e apenas pela "porta do cavalo" tentam chegar a algum lado.
A política em vez de ser a arte de governar a polis, é a arte de ver quem mais "mama na grande porca" que é a coisa pública - Estado ou autarquias locais, na brilhante metáfora de Rafael Bordalo Pinheiro.
Não será tempo de refundar a democracia?
Não será tempo de repensar a representatividade?
Não será tempo de nos voltarmos para as origens?
Não será tempo de vermos afinal o que era a democracia representativa quando foi "inventada" na Antiga Grécia?
Actualmente, este sistema político, do qual alguém disse que seria o menos maus de todos os sistemas políticos, está completamente pervertido e irreconhecível. De tal forma que, embora mantenha o nome, já não o é na sua essência. É uma autêntica farsa da democracia. É como uma máscara... tem mais ou menos a forma de um rosto, mas na verdade não é um rosto. Assim é a democracia representiva que amanhã terá mais um triste episódio desta tragédia.
A Democracia actual representa, sim, os interesses económicos de grupos poderosos que ganham forma humana nos militantes dos partidos que surgem disfarçadamente como candidatos representantes das pessoas. Embora mesmo o disfarce já quase tenha desaparecido. São candidatos a deputados no partido 'a' ou 'b' por algum distrito porque a ingénua e obsoleta lei a isso obriga!
Nada importa quem são os representados, os seus problemas, as suas angústias e esperanças. Nada importa a qualidade e a elevação dos representantes desde que se satisfaça a vontade daqueles que mais mau poder detém - poder da corrupção, influências, dinheiro -, de modo a não "darem com a língua nos dentes" para não expor os podres de quem está acima na decisão e assim sucessivamente até ao chefe do partido.
O que verdadeiramente interessa é ter mais deputados que o opositor directo para tomar o poder e assim bajular com total subserviência e nojo, sem escrúpulos e sem a mínima noção do dever e da honra, os interesses das grandes empresas e seus tubarões para estes alcançarem lucros ignominiosos e desta forma granjearem créditos para quando deixarem a política conseguirem um lugar.
A maior parte dos miseráveis militantes dos partidos são-no na esperança de alcançarem um tacho cada vez mais elevado de modo a assegurar-lhes a sobrevivência porque de facto nada sabem fazer na vida, ou se sabem, são muito mal sucedidos e apenas pela "porta do cavalo" tentam chegar a algum lado.
A política em vez de ser a arte de governar a polis, é a arte de ver quem mais "mama na grande porca" que é a coisa pública - Estado ou autarquias locais, na brilhante metáfora de Rafael Bordalo Pinheiro.
Não será tempo de refundar a democracia?
Não será tempo de repensar a representatividade?
Não será tempo de nos voltarmos para as origens?
Não será tempo de vermos afinal o que era a democracia representativa quando foi "inventada" na Antiga Grécia?
Actualmente, este sistema político, do qual alguém disse que seria o menos maus de todos os sistemas políticos, está completamente pervertido e irreconhecível. De tal forma que, embora mantenha o nome, já não o é na sua essência. É uma autêntica farsa da democracia. É como uma máscara... tem mais ou menos a forma de um rosto, mas na verdade não é um rosto. Assim é a democracia representiva que amanhã terá mais um triste episódio desta tragédia.
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sexta-feira, 25 de setembro de 2009
ELEIÇÕES LEGISLATIVAS
A campanha eleitoral para estas eleições legislativas ficou marcada pela notícia de que Cavaco Silva teria demitido Fernando Lima, assessor do Presidente da República.
Ora, essa tomada decisão e a propalação da notícia, em plena campanha eleitoral não é de modo algum inocente por parte de Cavaco Silva. Trata-se de um afastamento de Fernando Lima das relações externas da presidência, obviamente por causa do caso das escutas. No entanto, hoje já circula a informação que Cavaco mantém a confiança em Lima e que este continua a trabalhar em Belém, embora noutra função.
Obviamente que Cavaco congeminou tudo ao pormenor: criar o abalo que pretendia na campanha e no PSD, sem abalar a solidez da estrutura da Presidência da República.
O abalo que Cavaco quis e, até ver, parece ter conseguido, a acreditar nas sondagens, é fazer com que o PSD perca as eleições e os PS as vença por pequena margem, sem maioria absoluta. Porque quererá Cavaco que a sua amiga de longa data e antiga ministra perca estas eleições? Pelo simples facto de que, se as ganhasse, nunca seria por maioria absoluta e, portanto, ver-se-ia obrigado a coligar-se com o CDS de Paulo Portas de má memória e abjecto para Cavaco. O que, dada a postura de Portas e a sua péssima relação com Manuela e Cavaco, possivelmente levaria o Presidente a ter de dissolver a assembleia e demitir o governo dentro de um a dois anos.
Então, naturalmente surgiria o PS com total força para ganhar as eleições com maioria absoluta e dar estabilidade ao governo.
Assim, se o PSD perder as eleições tudo se passará ao contrário: o PS vence sem maioria, terá de coligar-se com Bloco de Esquerda ou não fazer qualquer coligação e tentar governar sem maioria. Aguentará um ano, no máximo dois, porque a situação tornar-se-á ingovernável.
Nessa conjuntura, surgirá o PSD, com Manuela Ferreira Leite como a salvadora da Pátria, com o seu discurso de falar verdade que já defendera em 2009 e que o tempo lhe veio a dar razão. Vencerá as eleições com maioria absoluta e governará tranquilamente durante o 2º mandado do Presidente tendo, finalmente, o PSD alcançado o cenário tão desejado por Sá Carneiro: "Um governo, uma maioria e um Presidente".
Ora, essa tomada decisão e a propalação da notícia, em plena campanha eleitoral não é de modo algum inocente por parte de Cavaco Silva. Trata-se de um afastamento de Fernando Lima das relações externas da presidência, obviamente por causa do caso das escutas. No entanto, hoje já circula a informação que Cavaco mantém a confiança em Lima e que este continua a trabalhar em Belém, embora noutra função.
Obviamente que Cavaco congeminou tudo ao pormenor: criar o abalo que pretendia na campanha e no PSD, sem abalar a solidez da estrutura da Presidência da República.
O abalo que Cavaco quis e, até ver, parece ter conseguido, a acreditar nas sondagens, é fazer com que o PSD perca as eleições e os PS as vença por pequena margem, sem maioria absoluta. Porque quererá Cavaco que a sua amiga de longa data e antiga ministra perca estas eleições? Pelo simples facto de que, se as ganhasse, nunca seria por maioria absoluta e, portanto, ver-se-ia obrigado a coligar-se com o CDS de Paulo Portas de má memória e abjecto para Cavaco. O que, dada a postura de Portas e a sua péssima relação com Manuela e Cavaco, possivelmente levaria o Presidente a ter de dissolver a assembleia e demitir o governo dentro de um a dois anos.
Então, naturalmente surgiria o PS com total força para ganhar as eleições com maioria absoluta e dar estabilidade ao governo.
Assim, se o PSD perder as eleições tudo se passará ao contrário: o PS vence sem maioria, terá de coligar-se com Bloco de Esquerda ou não fazer qualquer coligação e tentar governar sem maioria. Aguentará um ano, no máximo dois, porque a situação tornar-se-á ingovernável.
Nessa conjuntura, surgirá o PSD, com Manuela Ferreira Leite como a salvadora da Pátria, com o seu discurso de falar verdade que já defendera em 2009 e que o tempo lhe veio a dar razão. Vencerá as eleições com maioria absoluta e governará tranquilamente durante o 2º mandado do Presidente tendo, finalmente, o PSD alcançado o cenário tão desejado por Sá Carneiro: "Um governo, uma maioria e um Presidente".
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segunda-feira, 21 de setembro de 2009
Partilha de ideias
Neste espaço, pretendo partilhar ideias da mais variada índole e de forma totalmente livre.
A liberdade de pensamento e de expressão é muitas vezes hoje coarctada ou condicionada de forma mais ou menos velada.
Eu não tenho quaisquer mordaças ou condicionantes. A única condicionante que possuo e o único limite a que me imponho é o respeito absoluto pelos outros e pelo seu pensamento.
Nesta medida, também exijo respeito pelo meu pensamento por mais extravagante que possa parecer.
Ninguém é obrigado a concordar nem sequer a ler.
Sentem-se incomodados? Não continuem a ler, por favor.
A liberdade de pensamento e de expressão é muitas vezes hoje coarctada ou condicionada de forma mais ou menos velada.
Eu não tenho quaisquer mordaças ou condicionantes. A única condicionante que possuo e o único limite a que me imponho é o respeito absoluto pelos outros e pelo seu pensamento.
Nesta medida, também exijo respeito pelo meu pensamento por mais extravagante que possa parecer.
Ninguém é obrigado a concordar nem sequer a ler.
Sentem-se incomodados? Não continuem a ler, por favor.
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